Hoje gostaria de compartilhar com vocês como é a experiência
de canalizadores que levam a vida dupla, como eu, Thiago Strapasson, e tantos
outros.
Não é fácil levar essa vida dessa forma, não sobra tempo
para nós, ficamos divididos entre as atividades do blog e dos grupos, dos
atendimentos às pessoas que nos procuram, da publicação dos nossos livros que
estão em preparação, e com a nossa vida na matéria onde ganhamos o nosso
sustento.
Eu sou designer, formada e pós-graduada na área de
desenvolvimento de embalagens. Tenho mais de 10 anos de carreira na área e sou
reconhecida pelo que faço. Faço com amor, mas a pressão é grande nesse meio.
Não é possível levar uma vida leve e calma em um ambiente corporativo.
Tenho um bom emprego, que me garante o sustento e, e meio a
essa rotina que toma grande parte do meu dia (pois saio de casa as 7:00 da
manhã para ir ao trabalho e chego em casa novamente às 18:30), ainda sobram
algumas horas para me dedicar ao que amo, ao meu verdadeiro propósito nessa
vida.
Tantas vezes chego em casa desgastada da rotina diária, pois
estabeleço contatos com pessoas de níveis energéticos variados, e que tem os
seus problemas pessoais. E eu, como um canal, estou sempre aberta à troca de
energia, mesmo que involuntariamente.
Chego em casa muitas vezes somente querendo um canto
silencioso para ficar em paz e meditar, mas dessa forma acabo me fechando e não
vivendo os momentos mais preciosos do meu dia, que são as minhas horas livres.
Nessas horas livres, aproveito para caminhar com meus cães,
e mesmo assim, muitas vezes chego em casa tão envolvida no cansaço e
esgotamento mental, que bate o desânimo que não me permite seguir com essas
atividades que eu tanto gosto.
Não consigo mais olhar e apreciar as relações com as pessoas
fora do ambiente de trabalho, pois acabei de sair de um dia cheio, onde
estabeleci contato com mais de cinquenta pessoas ao dia, e que foram suficientes
para eu chegar em casa e buscar somente o silêncio e a solidão.
Assim foi o dia de ontem. No segundo dia de retorno de
férias, já me vi tomada pelo sentimento de desânimo, de querer que a mudança na
minha vida ocorra logo. Pensando na quantidade de coisas que eu poderia fazer
se não estivesse presa a essa fase tão difícil, que é o viver na dualidade.
Sou cobrada para estar presente com as pessoas, para
socializar, mas na verdade eu não tenho tempo nem sequer para poder apreciar um
momento deitada na rede da minha garagem de casa, e simplesmente relaxar.
Penso algumas vezes que nessa correria, deixo de apreciar a
beleza que está contida nas relações. Pois não conseguimos, por tantas vezes,
estabelecer contatos de forma inteira, um de cada vez.
Estamos envolvidos nas demandas urgentes, envolvidos em
atividades e a atender a chamados das pessoas que querem a nossa atenção e auxílio
a todo momento. E essa é a parte mais feliz do nosso dia, onde podemos ser úteis
a alguém.
Ah! Se a minha vida pudesse ser toda preenchida somente pelo
ato de ajudar, de ser útil a alguém, de servir. Ah como o servir me faz feliz.
Esse seria realmente um grande sonho realizado. O de simplesmente poder servir,
estar disponível para conversar, para ouvir, para resolver o problema de uma
pessoa.
E então descobrimos que o que realmente nos faz feliz não é
a solidão, não é os momentos de recolhimento, o que nos completa é nos
sentirmos úteis, nos sentirmos necessários para as pessoas.
E ontem aprendi, com os mestres, de que eles também se
sentem felizes em servir. Servir a nós com muito amor.
Tantas vezes pensamos que podemos levar a nossa caminhada
solitários, envolvidos nos nossos problemas e desafios, nos sentindo
desconectados e incompreendidos por tantos que nos envolvem, mas que na verdade
não estamos sós. Estamos sempre na presença de todos os mestres.
Cheguei no meu lar ontem, muito cansada, com as energias
totalmente descarregadas, mas uma forte dor de cabeça se fez presente em mim. E
quando já não estava mais suportável para aguentar, o Thiago Strapasson tentou
me ajudar. Ele me acessou em desdobramento e me contou que, ao tentar me
ajudar, eu não aceitei ajuda e disse que gostaria de ficar sozinha.
Ele não entendeu porque, mas recebeu a informação da Fonte,
de que deveria atender à minha vontade. E então ele se retirou. E a minha dor
de cabeça continuou.
Não consegui responder nenhuma pergunta do Pergunte aos
Mestres ontem, pois não estava em condições.
A Mestra Kuan Yin tentou me alertar, enviou uma mensagem ao
Thiago, incompleta, e que eu deveria canalizar o complemento, e que quando
canalizasse esse complemento, isso me ajudaria, ajudaria a mostrar para mim o
que havia de errado comigo. Mas eu estava tão envolvida nas atividades da
matéria, que nem sequer aceitei quando a Mestra me estendeu a mão, e deixei
para aceitar a ajuda dela apenas quando eu chegasse em casa.
Foi quando, em casa, canalizei o complemento da mensagem,
que publiquei ontem. E ali estava o ensinamento que eu precisava ouvir. Mas
ainda faltava algo. A minha dor de cabeça ainda persistia.
E então eu me concentrei em meu corpo, conectei à Fonte e
desdobrei minha consciência pedindo para ouvir o meu corpo. E então foi que me
vi em um lindo campo de flores, em um jardim muito belo. Com o céu azul e o
ambiente leve e doce, e nesse ambiente eu estava envolvida por todos os Mestres
Ascensos, que estavam a me olhar com todo o amor.
A Mestra Pórtia se aproximou e começou a falar comigo e me
disse, em doces palavras, que eu não estava sozinha. Que eles estavam comigo
sempre, a me ajudar. Que não preciso carregar o fardo da vida de forma
solitária e me isolar. Que posso me jogar nas experiências, viver intensamente,
sabendo que eles estão ali comigo, que estão o tempo todo. Mas que eu preciso
apenas pedir pela ajuda deles, aceitar ser ajudada.
E então foi quando comecei a chorar e disse em voz alta: Eu
aceito! Eu aceito a ajuda amados Mestres! Eu aceito a ajuda do meu amigo Thiago
que veio me estender a mão e eu quis ficar sozinha! Eu peço ajuda e aceito ser
ajudada nesse momento! Eu aceito viver as experiências que surgem para mim e sei
que não estou sozinha e aceito a ajuda dos Mestres! E me derramei em lágrimas.
Senti que, juntamente com as minhas lágrimas, escorreram
para o centro da Terra, toda a minha dor, todo o meu sentimento de solidão,
todo o meu fardo. Senti-me renovada, e a minha dor de cabeça foi curada naquele
momento.
E então descobri que, assim como nós nos sentimos felizes e
completos em poder ajudar, em sermos úteis, assim os mestres também se sentem
em relação a nós.
E esse é o sentimento que parte do coração, que está conectado
à Fonte. É a nossa eterna busca, e a qual normalmente não encontramos, pois
pensamos que estamos sozinhos.
Aprendi a aceitar e a viver. Agradeço a todos os Mestres
pelo amor dedicado a mim. Agradeço à amada Mestra Pórtia por estar sempre ao
meu lado. Agradeço a todos os amigos que me estendem as mãos.
E que venham mais dias desafiadores, pois sei que não estou
só.
Michelinha OM – 22 de Fevereiro de 2017
Fonte: https://verdadetransmutadora.blogspot.com/