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quarta-feira, 8 de março de 2017

Vida de Cobaia - Casar e ter filhos - Michele Martini (Michelinha OM)


Amados



Essa publicação fecha uma parte do meu trabalho que realizei com muito amor, e que fez parte da construção do que sou e também do que venho a me tornar.


A partir de hoje, passo a publicar minhas canalizações e todos os meus trabalhos no site pazetransformacao.com.br, que terá todo o trabalho realizado por mim e pelo Thiago Strapasson em nome dos Mestres Ascensos.

Deixo abaixo para leitura de todos vocês, um pequeno trecho do meu livro, que está em fase de construção, que terá o nome: "Vida de Cobaia".

Hoje, em homenagem a todas as mulheres, coloco aqui um pouco sobre um assunto tão alimentado e temido por todas nós.
Amo todas vocês minhas queridas!

Michele Martini

Vida de Cobaia - Casar e Ter filhos

Outro tabu da humanidade está no sonho desenhado pelas gerações e que passam de pais para filhos, de casar e ter filhos, de constituir uma família. 

Aquela visão de lar amado e abençoado, onde só reina a paz e o amor, fica lindo quando observado de fora, mas a realidade é que a convivência com as pessoas, tanto em uma vida de casal, quanto em uma vida em meio aos relacionamentos diários da sociedade, é sempre desafiadora, pois somos colocados diante dos nossos espelhos sempre. Somos colocados em convivência e diante daqueles com quem poderemos aprender as lições às quais viemos aqui nessa vida.

Mas só percebemos isso através de anos e anos de sofrimento de nossa vida.

Observo frequentemente mulheres que foram casadas diversas vezes, e vejo que cada vez que se separam e começam a seguir a vida de forma solitária, estão mais fortes e mais corajosas.

As pessoas costumam se unir umas às outras como forma de proteção. Mas é apenas uma falsa proteção. Como um filhote de cachorro que se esconde entre as pernas da mãe quando chega um perigo. No mesmo sentimento é baseada a maioria das relações conjugais, onde um faz do outro uma muleta, ou emocional, ou material, mas sempre para tentar encobrir e amenizar o sentimento do medo.

Quando um dos dois se desprende desse tipo de relação, geralmente sai fortalecido, pois percebe que não há o que temer.

Alguns repetem as experiências logo em seguida, pois não conseguem ainda caminhar sozinhos nessa vida, ainda repetem relacionamentos onde serão a muleta do outro ou usarão o outro como apoio a sustentar os seus medos e as suas inseguranças diante do enfrentamento da vida.

Nessa vivência tive a experiência de grande aprendizado, e ainda estou inserida nesse aprendizado, pois ainda estou vivendo na matéria encarnada. O que aprendi é que, enquanto vivemos, estamos sempre aprendendo.

Estive pela minha vida toda pulando de relacionamentos em relacionamentos, e não conseguia saciar-me comigo mesma. Sentia a necessidade de estar com alguém, como forma de proteção e medo de sofrer. O maior medo que tomava conta de mim era de ficar solteira e sozinha para sempre. Certamente trouxe isso de experiências de encarnações anteriores e também de exemplos que observava das pessoas em minha volta.

A atitude de certas mulheres, hoje em dia, que ainda dizem aos seus filhos ou aos mais jovens que deve-se sempre aprender a ceder em um relacionamento, deve-se perdoar. Deveria ser algo puro e libertador. Mas infelizmente essas palavras não manifestam o sentimento puro de evoluir a si mesmo nessa pratica, mas sim de aceitar o que vier, pois não há nada melhor.
Somos levadas, como mulheres, a pensar que todos os homens tem defeitos e portanto devemos aprender a conviver com esses defeitos, pois se terminarmos esse relacionamento e iniciarmos outro, nos depararemos com os mesmos defeitos ou com novos defeitos. Mas a perfeição nunca virá.

Isso me lembra aquela passagem do filme A Mulher Invisível, pode o personagem principal faz uma reflexão de que ele idealiza a mulher perfeita, ele diz: A mulher ideal! Mas se dá conta de que a mulher ideal só pode estar na idéia e portanto não é real. Veja só. Por isso ele criou na mente dele a mulher invisível. Criada pela idéia dele, mas que o fazia feliz, apesar de contrariar tudo o que as pessoas entendem como certo ou errado. Definitivamente, relacionar-se com uma mulher invisível é fora dos padrões aceitáveis da sociedade. Mas porque não? Fica a reflexão.

Mas voltemos ao tema. A partir do momento em que percebemos que somos levados a carregar situações em nossos relacionamentos afetivos por muitos anos, mesmo estando infelizes, apenas porque fomos ensinados a pensar que não há nada que seja melhor, que todos sempre terão defeitos, desviamos o foco do nosso aprendizado.
Ops! Estamos sendo levados a pensar que as pessoas que se relacionam conosco tem defeitos e simplesmente porque tem, sem mais explicações. Mas aí está o ponto: nada é simplesmente aceitável dessa forma. Tudo tem um porque na nossa vida. Nenhuma pessoa se aproxima de nós e nenhum fato ocorre em nossa vida, que não seja para aprendermos algo.

E por isso vamos levando situações de infelicidade por tantos anos, sem ao menos despertar uma fagulha sequer de evolução em nós mesmos. E aí seguem aqueles casais que observamos, já idosos, que não se respeitam, que não se amam, mas que não conseguem viver um sem o outro, pelo bem da moral e da família. Mas que na verdade é pelo bem deles mesmos que não conseguem enfrentar a vida sem a muleta ao lado. Estão cultivando o medo durante toda uma vida e não conseguem se libertar dele. 

Então, fica ai a reflexão: se estamos convivendo com pessoas as quais tem defeitos que nos incomodam, porque essas pessoas estão presentes em nossas vidas? A resposta é: para aprendermos a buscar a paz e a aceitação de nós mesmos, para nos encontrarmos.

Quando estamos inseridos aqui na matéria, somos jogados a uma experiência envoltos em uma capa de medo. E nós estamos ali em algum lugar, dentro de todo esse medo, onde está habitando o nosso Eu Interior, que é a conexão com o Eu Superior, e assim vai.

Mas entramos nesse jogo da vida, totalmente despreparados e não recebemos nenhum manual. Somos inseridos nessa experiência e nos deparamos somente com outros que estão ali da mesma forma que nós, também sem manual nenhum.

E sabem onde encontraremos o manual? Dentro de nós.

Há alguém nesse planeta que nos diga como devemos levar a nossa vida, se devemos seguir por um caminho ou pelo outro? Sim! Somente você mesmo.

Pois veja bem, todos estão inseridos na mesma experiência, e em busca da descoberta do Eu Interior. Ninguém vai saber dizer a você ou a mim qual é o seu caminho próprio, pois as pessoas não sabem nem os caminhos delas mesmas.  

Por isso os mestres repetem tanto para nós para buscarmos as respostas dentro de nós. Para despertarmos o amor. E assim vai.

Começamos os relacionamentos despertados pelo desejo da matéria ou pela carência afetiva. E aí estabelecemos as ligações com as pessoas as quais aprenderemos uma parte da lição que temos para aprender.

Estive em diversos relacionamentos e em todos eles sentia carência. Como pode? A carência era da minha própria identidade e não do outro. Essa carência só será amenizada quando encontrarmos o Eu Interior.

Em certo dia, eu estava há oito anos e meio morando com uma pessoa, vivíamos como casados, mas não tivemos filhos. Eu tinha entrado no dilema de ter ou não ter um filho com aquela pessoa. Certamente sendo levada pelo sentimento de medo de ficar velha e sem filhos. Medo não: Pavor! Me apavorava a ideia de ficar velha e sem filhos.

Mas eu ainda me recordava de uma fase da minha vida onde eu tinha a plena certeza de que não teria filhos. E por isso entrei em conflito. Fiquei tentando buscar dentro de mim aquela pessoa que tinha essa certeza.
Eu estava em uma fase da vida onde todos os amigos estavam casados e com filhos. Eu já era tia por duas vezes. Hahaha Era a que ficou para titia definitivamente.

Isso me apavorava, mas ao mesmo tempo algo dentro de mim incomodava.

Então um dia, enquanto meditava fiz a pergunta: Qual o meu proposito nessa vida?

E a resposta foi: Aprender o que é o amor incondicional.

Então no mesmo momento pensei ter compreendido. Nossa! Vou ter um filho e aí aprenderei o que é sentir amor incondicional. Só que estava enganada.

Segui em frente na minha nova meta. Retirei o DIU no início do ano. Considerando que a primeira tentativa de retirada do DIU foi recusada pelo plano de saúde misteriosamente. E como eu insisti nessa nova meta, tentei novamente e consegui. Permaneci durante todo esse mesmo ano tomando anticoncepcional e parando em breves momentos.

Tomava por uns dois meses e parava por duas semanas. E assim foi nesse ritmo o ano todo. Quando eu estava nos dias sem tomar, fugia do meu marido para não ter relações para não engravidar. Algo me repelia. Vivia doente o que me impediade levar uma vida normal.

Enfim, eu não tinha percebido, mas eu já havia estabelecido uma rota de aprendizado para essa encarnação, e eu estava desviando dessa rota pois estava deixando o medo de ficar sozinha falar mais alto do que o meu verdadeiro proposito.

Foi então que, contrariando todos os últimos dias do ano e até o que eu sentia, resolvi casar com essa pessoa a qual eu vivia junto há nove anos. Marcamos a data de casamento e convidamos os familiares, tudo organizado.

Então, um mês antes da data, saí de casa.

Havia poucos meses que eu tinha conseguido estabelecer uma conexão mais próxima com minha mentora espiritual. Foram mais de dois anos de meditação diária e estudo para então conseguir aproximar-me da minha mentora, que já me passava mensagens diárias de aconselhamento pessoal.

Então nessa fase em que estabeleci o contato e permanecia sempre em meditação, estive em plena paz. Todos os defeitos e problemas conjugais não me incomodavam. Eu me percebi vivendo com uma pessoa que não tinha absolutamente nada em comum comigo e o relacionamento passou a perder o propósito de existir.

Nos afastamos naturalmente, ele seguindo a vida da forma que agradava a ele e eu seguindo a minha da forma que me agradava. E até que chegou o dia em que saí de casa.

Mas obviamente que eu não teria forças e nem coragem de superar o medo de ficar sozinha tão rápido assim.

Eu estava envolvida em uma relação a qual já não tinha mais convivência com a outra pessoa. Mas mesmo assim não tinha conseguido superar o medo de ficar sozinha.

Conheci uma pessoa, com a qual me interessei em iniciar um relacionamento. E apenas no primeiro dia conversando com essa pessoa, onde ficou claro o interesse mutuo de mim por ela e dela por mim, foi quando rompi o relacionamento que mantinha com o quase marido.

Fui guiada durante todo o processo pela minha mentora, que eu já tinha facilidade de conexão.

E, por alguns meses, estive envolvida em uma nova vida, solitária mas feliz. Afastei-me de todos os familiares, que colocaram-se à disposição do ex-marido para ampará-lo em um momento difícil. Estive morando em diversos lugares, sempre de forma provisória. E até cheguei a morar por curto período na casa do rapaz que tinha conhecido, que nesse ponto já era meu namorado.

Deixei-me envolver em um novo relacionamento que estava se tornando minha nova muleta, estava se tornando o escape do sentimento do medo de ficar sozinha.

E então, o que acontece? Passa novamente o turbilhão de mudança na vida, que me retira de perto dessa pessoa e me coloca sozinha definitivamente. Onde tive que encontrar forças dentro de mim mesma para enfrentar os meus medos.

Mantive o relacionamento de namoro, mas com certo distanciamento e sem expectativa de envolvimento além de um namoro superficial.

Me observei com 35 anos de idade, solteira, sem uma casa, com um carro financiado que estava em processo de separação de bens e distante de toda a minha família. Entrei em total desespero.

Morava em uma casa alugada de um quarto, sozinha, em uma região muito humilde da cidade de São José dos Pinhais, onde passei todo o inverno de 2016. A casa era gelada, o piso era de cimento e as janelas de ferro com persiana que encanava vento. Os cães dormiam dentro de casa pois não havia área coberta do lado externo. Não tinha alarme.

A primeira noite foi apavorante. Hahhahah. Quase entrei em desespero pois cada ruído era total pavor. Mas com o tempo fui acostumando.

Meditava todos os dias e muito. Fazia os decretos das chamas dos mestres ascensos da Grande Fraternidade Branca. Canalizava mensagens dos mestres. Escrevia, chorava, lia, gritava, esperneava, ficava doente. Fiz de tudo um pouco. Mas era somente eu comigo mesma, e os pobres dos meus dois cachorros que estavam comigo por onde eu andasse, a me aguentar.

Comecei nessa fase a sintonizar melhor com os mestres, parei de trabalhar na casa espirita, iniciei o trabalho com um grupo de reiki em um terreiro. Minha mentora se despediu de mim dizendo que seria substituída. E imagine o desespero dessa pessoa aqui que já estava sozinha abandonada desesperada e só tinha a mentora para aconselhá-la e fazer-lhe companhia.

Mas comecei a perceber que já não conseguia mais derramar lagrimas pelos mesmos dramas, já não tinha medo de ficar sozinha. Comecei a aceitar a vida como ela estava ali daquele jeito naquela casa, mesmo que se tornasse definitivo. Parei de ceder às chantagens do ex-marido que não estava colaborando na divisão de bens. Fui me fortalecendo aos poucos e me empoderando. Mas foi através de muitas lagrimas e sofrimento sim.

Consegui retornar para a minha casa, perdi a posse do carro, fiquei sozinha e com um financiamento de imóvel alto para pagar e a pé. Mas estava novamente próxima da minha família e no meu lar com meus cães.

Com tudo isso, eu ainda podia respirar ao pensar: Nossa! Pelo menos, de tudo na minha vida, ainda tenho meus cães que amo e tenho meu emprego. O que seria da minha vida sem meu emprego. De tudo o que eu tinha passado, se não tivesse meu emprego como poderia fazer toda essa mudança na minha vida?

E aí entramos no próximo assunto...

Michele Martini (Michelinha OM) - 08 de Março de 2017

Fonte: https://verdadetransmutadora.blogspot.com/